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Textos

3 VARIAÇÕES EM MI MAIOR SOBRE UM TEMA DE JULIA LOPES, OP. 5 “ANIMA MUNDI”



Ária: Andante Cantabile, Ispirato Alla Rosa (Aria di Dea)
 
Sou a inocência do corpo
Que se rende aos seus desejos!
O útero que a cada quatro luas
Chora com lágrimas de sangue
A morte do filho não concebido;
O vazio da solidão
De não sentir-se pleno;
O sonho que rubro se esvai
E escorre em desejo;
O beijo molhado e ferruginoso
Dos lábios que selam
O pacto de sangue!
 
Sou a divindade helênica
Que seduz a deuses e mortais;
Uma deusa do sexo,
Que celebrou a união
Entre Hermes e Afrodite,
E amalgamou seu fruto
Com a Ninfa Salmacis, portanto,
Transcendo os gêneros e estou
Acima do feminino e do masculino!
 
Sou a essência
Do instinto humano;
Sou a quintessência
Da natureza humana
 
Sou a raiz de todo pensamento,
De todo sentimento e de todo
Comportamento humano!
 
Sou a força que domina
O Ser Humano inteiramente
– meu convite é indeclinável,
meu chamado é peremptório!
 
Sou poderosa, sou imortal!
Sou, por fim, a Deusa da Luxúria!
 



 
Variação I: Andante Maestoso (Sensuale)
 
Vivo na floresta densa,
Quente e úmida de Gaia,
Que exala aromas exóticos,
Inebriantes e irresistíveis!
 
Sou o leite que é derramado
Por sobre todo o voluptuoso
Dorso da terra – e em sua face,
Em suas grutas e gargantas;
Em suas curvas e curvaturas;
No umbigo do mundo
– para toda a natureza fecundar!
 
Sou o calor e a umidade
Do que há de mais íntimo
E carnal em uma mulher!
 
Sou fogo e luxúria,
Amor e paixão,
Desejo e desespero,
Delicadeza e sensibilidade,
Doçura e dor,
Sedução e sofrimento!
 
Sou a dama que invade
Os sonhos do mundo,
Pois até nos antros
Celibatários me escondo!
 
Sou a face doce, terna,
Delicada, exuberante
E fatalmente sedutora
Da luxúria do mundo,
E dele estou enamorada!
 
Sou a inocência do corpo
Que se rende aos seus desejos!
 
Sou a divindade helênica
Que seduz a deuses e mortais;
Uma deusa do sexo,
Que celebrou a união
Entre Hermes (o Senhor do Falo)
E Afrodite (a Deusa da Vulva),
E amalgamou seu fruto
Com a Ninfa Salmacis, portanto,
Transcendo os gêneros e estou
Acima do feminino e do masculino!
 
Sou a força que domina
O Ser Humano inteiramente
– meu convite é indeclinável,
meu chamado é peremptório!
 
Sou poderosa, sou imortal!
 
Sou, por fim, a Deusa da Luxúria!
 



 
Variação II: Allegro Com Amore, Poco Agitato (Appassionata)
 
Vivo na floresta quente,
Úmida e densa que por vezes
É devastada em sedutora relva,
Quando melhor se vê
O paraíso perdido, 
Que todo mortal busca,
Ainda que a preciosa vida
Lhe custe: o exuberante
Jardim das Delícias!
 
Sou o leite abundante
Que alimenta o mundo,
Ora alvo, ora cristalino!
 
Sou o calor e a umidade
Do que há de mais íntimo
E carnal em uma mulher!
 
Sou o sangue que alimenta
A fornalha da luxúria
E dá um brilho tão sedutor
Às chamas do amor!
 
Sou a chama que arde entre dois corpos,
Sou a chama ardente do amor!
 
Sou a concubina do mundo,
Pois nas alcovas e antros
De perfídia me deleito!
 
Sou a dulcineia do mundo,
Pois em qualquer parte me apresento!
 
Sou a face doce, terna,
Delicada, exuberante
E fatalmente sedutora
Da luxúria do mundo,
E dele estou enamorada!
 
Sou a inocência do coração puro
Que bate acelerado pela cópula;
A inocência do suor que refresca,
Do néctar que lubrifica,
Do calor que inflama,
Dos lábios febris
Que beijam e sorvem;
Dos lábios febris
Que selam o deleite,
Da febre do corpo que ama!
 
Sou o útero que a cada quatro luas
Chora com lágrimas de sangue
A morte do filho não concebido;
O vazio da solidão de não sentir-se pleno;
As lágrimas que molham o útero enferrujado
Para formar enxurradas de escarlate ferrugem;
O sonho que rubro se esvai;
O desejo que escorre e mancha;
O beijo molhado e carmim
Dos lábios que selam o pacto
Sensual do amor que descama!
 
Sou a raiz de todo pensamento,
De todo sentimento e de todo
Comportamento humano!
 
Sou poderosa, sou imortal!
 
Sou, por fim, a Deusa da Luxúria!
 



 
Variação III: Finale – Vivace Com Fuoco (Eccitata)
 
Vivo no manancial carnal
De onde brota leite e mel!
 
Sou doce como o mel
Que escorre do desejo,
Como o néctar cristalino
Que brota da rubra
Rosa da luxúria,
Mas tenho o suave toque
Salobro da desejada ostra
– sinta o frescor e as gotas
de limão ao comê-la,
devorá-la, degustá-la –
E, ao final, deixo um gosto
Amargo como o fel!
 
Sou a força feminina da natureza
Presa em um voluptuoso receptáculo
De carne fresca e pronta para ser devorada,
Violada, invadida, penetrada, dilacerada!
 
Sou a meretriz do mundo
– por vezes cortesã –,
Pois nos prostíbulos atendo!
 
Sou a consorte do mundo,
Pois no seio de qualquer
Família vivo e avivo!
 
Sou a face doce, terna,
Delicada, exuberante
E fatalmente sedutora
Da luxúria do mundo,
E dele estou enamorada!
 
Sou o calor e a umidade
Do que há de mais íntimo
E carnal em uma mulher!
 
Sou a escuridão molhada
E fervilhante da vida e do desejo
De sentir-se preenchida e plena;
E a cada quatro luas sou tingida
Com a vida não concebida
Que se esvai em lágrimas rubras
Que molham o beijo ferruginoso
Dos lábios que selam o pacto
De sangue e intimidade,
Deleite, e cumplicidade!
 
Sou a aflição da vulva latejante,
Rubra, encharcada e cálida,
Que desesperadamente busca
O êxtase sublime que a deixará aliviada!
 
Sou a essência
Do instinto humano;
Sou a quintessência
Da natureza humana!
 
Sou poderosa, sou imortal!
 
Sou, por fim, a Deusa da Luxúria!
 
Julia Lopez

07/04/2013
 

 

Nota sobre a foto: “The Dancer and the Violin", wallpaper da internet sem identificação de autoria.


Nota sobre o áudio: Variações Goldberg (Ária e Variações 7 a 9), de Bach. A obra me serviu de grande inspiração!


Visitem meu Site do Escritor: http://www.escrevendobelasartes.com/
 

Julia Lopez
Enviado por Julia Lopez em 10/06/2013
Alterado em 10/01/2024
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